Eu e tu éramos um nós, meu amor.
Nós éramos tudo, nós éramos o mundo e o sol, a lua e as estrelas, nós éramos o
sorriso e o brilho nos olhos, nós éramos o imperfeito mais que perfeito que
poderia haver e de um tudo passámos a um nada.
Onde é que nós errámos, meu amor?
Que mal fiz eu para te ter perdido assim? Já lá vão anos e ainda hoje o vazio
que deixaste em mim continua por preencher, já o tentaram fazer mais que uma
vez, não te nego isso, mas nenhum deles és tu.
Tu disparas-te a arma e eu para
bem ou mal dos meus pecados consegui sobreviver, mas queria tanto ter morrido
naquele momento, meu amor, não sabes o quão em pedacinhos eu fiquei e mesmo
assim amei-te com cada um deles, sabias, meu amor? Pois foi, eu amei-te como
nunca amei ninguém, aliás, só há pouco tempo percebi realmente isso, mas tenho
agora a noção que até hoje só te amei a ti, claro que já me apaixonei, mas não
amei.
As horas passam, o tempo não
pára, o mundo continua a girar e tu continuas tão presente e tão longe de mim,
meu amor, porquê? A vida é tão fria sem ti aqui por perto, as noites são tão
tristes sem a tua presença na minha vida e ao mesmo tempo tão belas, porque é à
noite que penso mais em ti e de certa forma e isso enche-me a alma, porque eu
fui tão feliz contigo, meu amor.
Onde estás tu agora? Eu gostava
tanto de te ter aqui comigo, tenho tantas coisas para partilhar contigo. Queria
tanto sentar-me à tua frente e ficar a olhar para ti, sem dizer nada, apenas
ficar a admirar tudo aquilo que tanto amei e deixei ir embora, admirar tudo
aquilo que um dia foi meu e agora pertence a outra que não eu. Apreciar cada
detalhe e encontrar novos pormenores que foram nascendo ao longo destes tempos,
chorar por ti, por mim, pelo que fomos, pelo que somos, por já não te ter. Eu
preciso tanto de te ver, meu amor.
Posso voltar a abraçar-te?
Desculpa, eu sei que já não tenho esse direito, mas, partires-me o coração com
este abraço tão ansiado ia ser tão bom. Era tão bom morrer assim. Parte-me o
coração outra vez, imploro-te, porque quando o fizeste pela primeira vez ao
menos aí eu sabia que estava viva, e eu queria tanto sentir em mim alguma coisa
novamente. Eu não sei em quem me tornei, não sei por onde tenho ido, o que
tenho feito, o que tenho sentido. Nada. Isto sem ti não tem piada, tu no fundo
sabes disso. Tu sabes tudo. Tu sabes que ela não sou eu, eu sei que sentes o
mesmo que eu sinto, eu sei que sabes que por mais que tentes ela nunca será
como eu, meu amor.
Amei-te com toda a inocência e
amargura que o amor pode ter. Sonhei, idealizei, senti, amei, toquei,
joguei, agarrei, abri mão e no fim, perdi. E foi tão triste, tão cruel, tão
forte, tão mortal perceber que já não eras mais meu, que já não estavas no
mesmo caminho que eu, que já não caminhavas sozinho...ai, meu amor, cada
lágrima doía mais que a outra, porém, eu não te culpo, eu não te culpo por
teres ido embora, mas... meu amor... volta.
Volta, dá-me só um minuto para te
fazer feliz por uma eternidade.
M-eu amor.